Para algumas carreiras, o conhecimento transmitido pelos professores ao longo dos anos de faculdade é essencial para o início da atuação profissional. Para outras, a faculdade dá a base teórica inicial, mas a grande escola é a experiência prática, que pode estar aliada (ou não) a cursos de pós-gradução e extensão.
É assim com profissões mais novas relacionadas a marketing digital e tecnologia da informação. Veja o que especialistas e profissionais dessas áreas têm a dizer sobre estas funções:
Profissional de marketing digital de performance
Gerar resultados e os chamados leads – que é o contato do usuário com a empresa – resume o escopo de atuação em marketing digital de performance.
É uma profissão relativamente nova que vem evoluindo no ritmo da tecnologia, explica Fábio Rowinski, diretor da iProspect. É preciso se reinventar constantemente, diz.
“Para se ter uma ideia, o Google tem 16 anos e o Facebook, 10. Essas duas plataformas se tornaram fontes de negócios gigantescas e começaram a ter relevância no mundo corporativo. Mas ainda não se criou uma estrutura educacional para atender essa demanda”, diz ele.
Sem ainda uma preparação universitária robusta, o jeito é aprender “na marra”, diz Rowinski. Para começar, ele sugere uma iniciação por meio dos cursos específicos de extensão e especialização que já existem no mercado.
“E já procurar vaga em alguma agência”, sugere. Segundo ele, a agências menores têm tipo um papel importante na formação da mão de obra. “O principal, para quem quer trabalhar com isso é estar apto a lidar com uma disciplina em constante evolução”, diz Fábio.
Especialista em métricas e plataformas
Mensurar e, a partir das ferramentas de análise disponíveis, entender o movimento do usuário em plataformas como Google, Twitter, Facebook, é trabalho de um especialista em métricas e plataformas, função também ligada ao marketing digital.
Antes de assumir a diretoria de mídia da AgênciaClick Isobar, Natalia Traldi atuava nesta área. Ela explica que o trabalho foi sendo possível a partir do surgimento das próprias ferramentas de análise.
Hoje, é possível, antes da tomada de decisão, cruzar informações saber como o usuário consome, em que horário ele consome e o que ele valoriza da marca, por exemplo.
“As plataformas de social mídia passaram a ser mensuráveis e o trabalho foi sendo possível da mesma forma como já existia para análise de performance em sites”, explica.
Arquiteto da informação
A atuação profissional de um arquiteto da informação pode ser comparada ao que é a biblioteconomia, em termos de organização e classificação de informações. Só que há um viés mais técnico, já que tudo se dá em ambiente digital.
A explicação vem de Natalia Traldi, diretora de mídia da AgênciaClick Isobar. Publicitária de formação, ela já desempenhou esta função ao longo da sua carreira, junto com diversas outras tarefas relacionadas a marketing digital.
No caso dela, arquitetura da informação era voltada para as plataformas mobile. E nada (ou quase nada) disso, ela aprendeu na faculdade, apesar de ter feito uma matéria optativa sobre arquitetura da informação.
Aprendizado contínuo e adaptação aos movimentos da tecnologia são características dos profissionais que se aventuram nesta área. “Às vezes você tem a ideia mas ainda não tem a tecnologia”, diz.
Consultor de inteligência de email
Ainda dentro do universo de marketing digital, é o profissional que cria estratégias para tirar o melhor proveito das ações de email marketing. O consultor sugere ações que vão melhorar o “tratamento” dado pelo servidor ao email enviado aos clientes de uma empresa.
“Ele vê se o servidor vai mandar para a caixa de spam ou vai tratar bem. Age para o email ter maior alcance, comunicar melhor e de forma mais relevante com o cliente. Cria soluções para melhorar o engajamento do cliente e a interação”, explica Louis Bucciariarelli, country manager da Return Path, líder global na área de inteligência de email.
“Não existe graduação para preparar os profissionais, o que existe é uma mistura de cursos”, diz Bucciariarelli. De acordo com ele, as formações entre os profissionais da Return Path variam entre tecnologia da informação e marketing. “É um bom caminho”, diz Bucciariarelli.